sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio usa estabilidade econômica, ineditismo e muita emoção para justificar Jogos

A apresentação da candidatura carioca usou a emoção e a nova força política do Brasil como um mercado emergente para justificar a realização de uma Olimpíada no Rio de Janeiro.

Com discursos de quatro membros do governo – governador do Rio Sérgio Cabral, prefeito Eduardo Paes, presidente do Banco Central Henrique Meirelles e presidente Lula – o comitê insistiu na união entre poder público e população como o ponto alto da candidatura carioca.
Entre os quatro países candidatos, o Brasil é o único que nunca recebeu uma Olimpíada. Esse foi um dos pontos principais do argumento do presidente Lula.
- Chegou o momento da América do Sul sediar uma Olimpíada. É hora de acender a pira olímpica em um país tropical.
O presidente fez uma analogia entre os cinco aros do símbolo olímpico e o Brasil.
- Ali, vejo meu país. Gente do mundo todo, orgulhosos da origem, e de serem brasileiros.
Antes de Lula, a velejadora Isabel Swan, medalha de bronze em Pequim/2006, fez o discurso mais emocionado entre os brasileiros. A atleta falou sobre como sua carreira está intimamente relacionada ao Rio.
Isabel foi responsável por apresentar a força do atleta brasileiro e foi interrompida quando citou Pelé, que se levantou e foi ovacionado. A carioca também citou o nadador paraolímpico Daniel Dias e a promessa do atletismo, Barbara Leôncio, que chorava muito ao lado do presidente Lula.
Se Lula deu o respaldo oficial e Isabel o lado emotivo da apresentação, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, foi a razão. Seu discurso poderia ser usado facilmente em qualquer outro fórum para mostrar como o Brasil tem uma das economias mais estáveis do mundo.
Meirelles mostrou números, elogiou o crescimento econômico e a baixa taxa de crescimento do Brasil, chegou a citar o pré-sal como garantia e afirmou que um fundo de US$ 240 bilhões já está sendo gasto nos programas de apoio aos Jogos.
A transparência de gastos, que é um dos maiores temores da candidatura carioca, foi assegurada por Meirelles.
Ainda na parte econômica, o governador do Rio, Sérgio Cabral, garantiu a participação pública nos investimentos olímpicos e disse que o carioca não precisava se preocupar pois “não haverá surpresas para o COI ou para os cariocas nos sete anos que separam 2009 dos Jogos de 2016”.
- Precisamos evitar o risco da alta dependência do setor privado. Os Jogos podem começar amanhã sem a necessidade de empréstimos ou outros patrocínios.
Cabral tentou dissipar outro grande medo, o da falta de segurança no Rio de Janeiro. Como argumento, o governador disse que durante o Panamericano de 2007, a cidade registrou poucas ocorrências.
O governador chegou a apresentar uma policial, devidamente fardada, que, segundo ele, “representa a nova força de segurança do Rio de Janeiro”.
Com um vídeo que mostrava virtualmente como serão as instalações esportivas do Rio de Janeiro, o prefeito carioca Eduardo Paes e o secretário geral do Comitê de Candidatura Rio 2016 Carlos Roberto Osório descreveram as quatro zonas da cidade que estão sendo preparadas para os Jogos.
O comitê brasileiro utilizou diversos vídeos, feitos pelo cineasta Fernando Meirelles, diretor do filme Cidade de Deus, para dar um tom mais emotivo à apresentação. Os clipes tiveram o papel de mostrar a beleza natural da cidade do Rio de Janeiro.
A apresentação também escolheu a música Aquele Abraço, de Gilberto Gil, em uma versão em inglês, para ilustrar o vídeo.

Fonte: http://esportes.r7.com/esportes-olimpicos/noticias/rio-usa-estabilidade-economica-ineditismo-e-muita-emocao-para-justificar-jogos-20091002.html

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